Dia ruim do pescoço

O despertador toca, são 06h00 da matina, espreguiço-me, alongando todo o corpo sobre a cama, bocejo sonolenta, como de praxe hesito alguns minutos antes de levantar. Esfrego os olhos, olho-me no espelho do guarda-roupa, observo meus cabelos e mexo de um lado para outro, ensaio alguns penteados e por fim dou um nó simulando um coque e o envolvo com uma touca de banho. Devo salientar o que, aliás, suponho não ser segredo algum, que para mim o cabelo representa "O calcanhar de Aquiles", sem distinção. Portanto, quando encontrarem uma mulher carrancuda, com olhar fulminante, (lembram-se da Medusa? Isso é apavorante, não?! RS) virem às costas, passe pelo outro lado da rua, esse é o provável presságio de um dia ruim. Mas meu cabelo estava lindo, tão brilhoso, que nem imaginei que o dia seria pessimo. Porém, não prestei atenção nos sinais do meu pescoço que estava tenso e com uma dor insuportavel. O meu pescoço estava gritando e eu nem liguei. Rss.. Vou denominar isso como síndrome do pescoço revolto, posso até associar a TPM. Infelizmente, estou num desses dias. Vou até o closet e escolho de preferencia um tubinho preto, combinando com um peep toor 14 cm envernizado, literalmente vestida para matar. Sou a Monalisa de Leonardo da Vinci, a beleza em minha otica pode possuir diversas conotações, entretanto, hoje o céu estava duvidoso, o sol queria aparecer, mas as nuvens carregadas não deixava, parecia ter assumido uma tonalidade turva e as ruas de Olinda estava  inesperadamente confusa de indigentes e destroços, que desagradam o olhar de um apreciador nato da estética que o rodeia. O dia estava quente, muito quente, apesar do céu nublado, (tipo sol e chuva) ligo o ar condicionado e coloco meus óculos escuros, dirijo meu carro numa velocidade moderada, apesar do irritante estresse do congestionamento. Tento manter a sutileza diante das medíocres cantadas dos motoristas, quando o semafaro está fechado e por alguns instantes abaixo o vidro para observar melhor a movimentação. Eu já estava impaciênte e pra piorar começa a chover, de repente o carro da frente subitamente freia bruscamente, e para evitar uma colisão rapidamente piso no freio, mas meu carro patina no asfalto em direção a traseira de uma Frontier. As buzinas frenéticas dos carros que seguiam atrás; causam uma verdadeira poluição sonora para meus ouvidos e alteram ainda mais o meu humor. O guarda chega pede a minha carteira de habilitação e os documentos do carro e solicita para retirar o veiculo do local e estacionar no outro lado para não atrapalhar o trânsito. Feito isso, demoro dentro do carro, ligo para Iranildo, faço a ocorrência do acidente e desço calmamente com os cabelos despenteados e aspecto nervoso. Gentilmente o motorista da Frontier timidamente, pergunta se estou bem... E eu respondo friamente, porém com simpatia: __Hum! Eu pareço estar bem para você... Discretamente dou-lhe as costas e vou de encontro aos policiais para pegar o protocolo de liberação. Depois dessa "tranquila" etapa, foi que começou a minha luta com a BRADESCO SEGUROS. Pra começar sofri para conseguir falar com uma atendente profissional na central 24h que não é 0800. Acionei o guincho, previsão de 70 minutos para chegar no local. Depois de 01h30min aguardando o reboque e já louca de raiva comecei a ligar varias vezes para central do BRADESCO SEGUROS sem sucesso, quando um número privado me chamava na outra linha. Quem era??? Uma mocinha bem simpatia informando uma nova previsão para a chegada do reboque, de apenas mais 120 minutos, ou seja, às 12h. (Para vocês terem uma ideia o acidente foi às 07h30min.) Meu Sangue ferveu.  Eles não sabiam que eu estava com a bílis e apesar do 0% de teor de álcool no sangue, eu definitivamente, estava um perigo hoje e sem medir consequências, peguei meu carro que estava vazando óleo (Que perigo!) e fui na agência do BRADESCO SEGUROS na Agamenon Magalhaes. Lá fiquei sabendo que não foi autorizado por divergência de CEP. Mas minha gente... Não tenho tempo para essas burocracias, visto que nada aconteceu de grave, exceto um pequeno incidente, que insiste em tomar meu precioso tempo. Vocês poderiam me liberar, por favor!__exclamei. E olha que eu estava calma comparando com Iranildo.... Mas só depois do show dele foi que resolveram fazer alguma coisa.  Levei um chá de cadeira da minha seguradora BRADESCO que só autorizou a liberação do meu carro às 16h, depois de trancos e barrancos e olha que eu dei uma resumida porque teve muita coisa. 

Então, para finalizar, cheguei ao meu AP pior do que sai, olhei-me no espelho e vi um aspecto medonho, cabelos despenteados, maquiagem borrada, um verdadeiro filme de terror, roupas em desalinho, sapato nas mãos, com o salto quebrado e a alça da bolsa arrebentada por ter enganchado na porta do elevador e um calor de passar mal. Agora, com motivos legais para me olhar no espelho e dizer que realmente esse foi um verdadeiro "Dia ruim do pescoço" e por que não dizer , "dia de helloween", mas um sinônimo para acrescentar aqueles dias; em que não deveríamos sequer levantar da cama.

Peço desculpa amigos, mas não consigo escrever mais, o meu o dia hoje foi horrivel, estremamente estressante, sem falar no calor insuportável, (que calor fez hoje).

Sem mais...